Socila escola e suas origens
Maria Augusta Nielsen fundou a Socila, Sociedade Civil de Intercâmbio Literário e Artístico, em 1953, e treinou as candidatas ao título de Miss Brasil, de 1958 até 1976. A Socila era uma escola para modelos, na época uma profissão mal vista. Motivo: com o fechamento dos cassinos por Getúlio Vargas (1882-1954), os desfiles foram invadidos pelas coristas desempregadas. As moças bem nascidas, que até então faziam esse trabalho, se retiraram.
Maria Augusta dizia que teve muita sorte. Quando a primeira dama do país Sarah Kubitschek (1909-1996) a procurou para ensinar postura às suas filhas Márcia (1943-2000) e Maria Estela (Maristela), ganhou página inteira do jornal O Globo. A propósito, Maristela foi adotada aos quatro anos de idade e conta situações emocionantes de sua vida no livro Simples e Princesa (Editora Siciliano, 2006).
Graças às aulas que dava às filhas do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (1902-1976), a Socila virou uma coqueluche, mas legalmente não tinha ainda como enquadrar sua atividade. Isso só aconteceu em 1957, quando o Presidente criou uma lei regulamentando os cursos profissionalizantes. A proposta de Maria Augusta era a de criar modelos de classe e brasileiras. A primeira brasileira que Maria Augusta Nielsen preparou foi a cearense Florinda Bolkan, nome artístico de Florinda Bulcão, logo depois veio Ilka Soares.
A mais famosa Cinderela treinada por Maria Augusta foi Josepha, cujo nome verdadeiro era Josefa Domingos Soares, empregada doméstica, natural de Itabaiana, Paraíba. Josepha, que morreu na Itália em 31/07/2009, era uma negra belíssima. Foi modelo na Europa e desfilou para Pierre Balmain (1914-1982). Passou a se chamar Josepha Massimo quando casou com o nobre italiano Vittorio Emanuele Massimo(1911-1983), Principe di Roccasecca dei Volsci, tornando-se Princesa di Roccasecca dei Volsci.
As meninas da Socila
Maria Augusta ensinou ao Brasil a ser elegante. Entre os anos 50 e 70, a empresária Maria Augusta Nielsen ditava o que era de bom tom em sociedade. Fundadora da Socila, em 1954, ela aceitou o convite de dona Sarah Kubitschek para preparar as filhas, Maria Estela e Márcia, para o début em Versailles.
— Passei a dar aulas no Palácio das Laranjeiras para as meninas. Depois disso dona Sarah reuniu as amigas e as irmãs para que eu as orientasse também. Até o presidente ia para lá na hora do lanche. E perguntava: “Como é que eu estou, professora, estou bem?”. E aí ele desfilava e também dizia que precisava de aulas. Eu dizia, “o senhor não precisa disso, presidente”. E ele respondia: “Preciso sim, sou de Minas”. Ele era muito engraçado, ficamos muito amigos — lembra Maria Augusta.
Foi o próprio Juscelino que, em 1957, ajudou a legalizar a escola de aperfeiçoamento social, já que não havia registro da profissão no país. — Um dia tomei coragem e disse a JK: “Presidente, estou trabalhando na ilegalidade”. Então, ele reuniu uma banca examinadora com diplomatas do Itamaraty, um médico e professores para me argüir. Passei com louvor e recebi o registro — conta Gugu, como era carinhosamente chamada.
Depois da temporada no Palácio das Laranjeiras, frequentar a Socila virou item obrigatório na agenda das moças bem-nascidas. — Dona Sarah abriu portas incríveis, é claro que nós fizemos um bom trabalho, mas também tivemos uma estrela fantástica. Depois da temporada no Palácio, foi um deus-nos-acuda, veio toda a sociedade procurar a Socila, foi uma maravilha.
Maria Augusta lançou muitas delas em passarelas, inclusive no exterior: de Lúcia Moreira Salles — segunda brasileira a desfilar para a maison Chanel — e Cookie Richard a Marina Colassanti e Florinda Bolkan.
Gugu ergueu um império da beleza com filiais em quase todo o país, onde oferecia de cursos de modelo e etiqueta a tratamentos estéticos. Foi a precursora dos spas com o Beauté Services Socila. — Na Europa era comum os serviços serem oferecidos em salões, mas para apenas uma necessidade. Eu trouxe aparelhos e técnicas da Europa e dos EUA e oferecia tratamentos completos para pele, flacidez, celulite, tudo num só lugar — conta a ex-empresária.
Ela abriu a primeira agência de modelos da América Latina nos anos 60 — as agências de propaganda já requisitavam as meninas da Socila para campanhas desde os anos 50. Fez fortuna e perdeu tudo. Sua vida renderia um filme ou uma novela.
A vida da Gugu se confunde com a história da moda no Brasil. Ela foi manequim, empresária, lançou as primeiras manecas e os estilistas Clodovil, Dener, Guilherme Guimarães, profissionalizou os desfiles de misses, viveu na Europa e foi amiga de todos os grandes costureiros.
Quando o assunto é elegância, Gugu mostra que há coisas imutáveis: — A evolução da moda é natural. Mas há coisas que não mudam, nas atitudes, por exemplo. Você pode impor suas opiniões de maneira elegante. O que falta no país é educação, em todos os sentidos. Conversar com as pessoas com a mão no bolso é um horror — decreta. — Todo mundo tem altos e baixos. Não me lembro de coisas desagradáveis e acho ótimo. Fiquei muito rica, depois houve um final melancólico. Estou pobre, essa é a verdade, mas estou feliz, as coisas materiais não me fazem falta. Não me sinto sozinha, recebo meus amigos, vivo de amor, por isso não fico velha.
A Socila escola
em Belo Horizonte – MG
A Socila escola foi idealizada para ser uma escola de formação e especialização de mão de obra ligada a eventos culturais e artísticos, uma tarefa realmente inovadora no país.
Desta forma, eram promovidas vernissages, exposições, lançamento de livros, desfiles e até artistas internacionais vinham dar palestras no Brasil, através da escola, que inegavelmente deu uma grande contribuição para a cultura e a arte.
Aos poucos, com o grande impulso tomado pelo setor da moda, a Socila foi sendo absorvida por esse segmento, até ficar bastante comprometida com a formação de manequins e treinamento de candidatas aos concursos de beleza, função que sempre desempenhou com maestria.
A beleza e a estética da mulher sempre foram as grandes metas da Socila. Além da escola, a Socila lançou toda uma linha de produtos de beleza, dentro da filosofia naturalista e que eram fabricados pelo “Boticário”. Complementando os recursos para promover a elegância, cultura e beleza da mulher, a Socila desenvolveu também um moderno centro de estética, com know-how internacional e tratamentos personalizados que avaliavam as necessidades individuais de cada cliente.
No início dos anos 70, foi dada uma concessão da marca para o funcionamento de uma filial Socila em Minas Gerais, tendo sede em Belo Horizonte e dirigida por Homero de Almeida Fontes, Marita Rosário Machado, Léa Assunção e Maysa Ganz.
Os quatro sócios atuaram à frente da Socila por mais de 25 anos, tendo sido responsáveis também pela implantação, divulgação e representação exclusiva da linha de cosméticos “Natura” no Estado de Minas Gerais.
Áreas de Atuação
A Socila BH atuou por décadas, em todos os concursos de beleza relevantes ocorridos em Minas Gerais. Foi a responsável pelo treinamento das Glamour-Girls do nosso saudoso Eduardo Curi e das Garotas Turismo de Nicolau Neto, bem como dos Concursos de Miss Minas Gerais.
Treinou e formou milhares de manequins, tendo realizado grandiosos desfiles em elegantes casas noturnas de Belo Horizonte. Iniciou diversas de suas alunas no mundo da moda: Cássia Àvila, Daniela Cicarelli, Leandra Leal, Renata Bessa, Nayla Micherif, entre outras.
Ministrou diversos cursos, onde se destacava o de Aperfeiçoamento Social (Etiqueta, Vestuário, Maquiagem e Postura e Andamento), visando sempre destacar a beleza e elegância da mulher.
Atuou também na área profissional, ministrando cursos específicos para empresas, promovendo a eficiência e geração de lucros através do “bom atendimento” aos clientes.
Através da Socila eventos (segmento da Socila escola), promoveu e produziu eventos diversos: lançamentos de livros, cerimonial de casamento, festas de debutantes, recepção de eventos, produção de desfiles, show-room, feiras, etc.
Renasce a Socila Escola
Como antes, vem embasada em todos os critérios de fidelidade ao comportamento ético.
Nossa nova proposta é buscar e ensinar as pessoas a se valorizarem e serem valorizadas através do aumento da autoestima, proporcionando assim maior bem estar, confiança e consequentemente aumentando a produtividade.
Através da experiência e know-how da antiga Socila, buscamos, como outrora, exercer a liderança na realização de cursos on-line e presenciais, palestras e atividades gerais que visem orientar as pessoas quanto a melhor forma de se organizar e obter sucesso nas suas convivências pessoais e profissionais, incluindo a Netiqueta, fundamental hoje em dia.
A Socila escola retorna sob a mesma direção, Ana Elizabeth (Beth Fontes) que foi a responsável pelo seu grande sucesso em Belo Horizonte na sua época “de ouro”, e também com Paula Curi, diretora da antiga Socila eventos e professora de várias matérias dos cursos de Aperfeiçoamento Social e de Modelo e Manequim.
Contando ainda com outras consultoras qualificadas e experientes, a Socila Escola fornecerá qualidade de serviços aos seus clientes, buscando orientá-los com cursos montados e ministrados conforme as necessidades pessoais e profissionais de cada um, através do aprimoramento contínuo de nossos serviços e processos.
A Socila escola volta repaginada com uma proposta mais moderna e atual.